segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Mudança - Organizando a nova vida - Parte 2


Os imóveis em São Paulo estão muito caros!!!

Você pensa assim? Então entre em qualquer site especializado em Imóveis e faça uma busca rápida sobre imóveis no Rio de Janeiro.

Eu já tinha uma vaga ideia de que os custos imobiliários no Rio eram mais altos que São Paulo mas acreditava que em Niterói estaria livre dos absurdos cobrados atualmente.

Quando decidimos por Niterói começamos a pesquisar quais bairros seriam interessantes pra morar. Depois de várias vezes importunar os amigos e parentes sobre quais os bairros seriam habitáveis (principalmente quais não seriam jamais) ficamos com uma lista de uns 5 bairros.

Muito engraçado o Alberto em casa por alguns dias com várias janelas do notebook abertas em sites de imobiliárias e o Google Maps - impressionante como o Google domina as nossas vidas, santo Google.

Havíamos estipulado um valor limite para o aluguel e fomos ficando desesperados quando percebemos que esse valor precisaria ser estendido. Ou o valor do aluguel estava dentro do orçamento e o valor do condomínio era um absurdo, ou o valor do aluguel era alto demais e o condomínio também. E quando encontrávamos algo dentro do orçamento inicial, o bairro não estava na nossa lista.

Até que eu tive uma brilhante ideia (raro num momento em que o cérebro estava quase fundindo): por que não morarmos próximos a escola das crianças? Se ficássemos perto da escola não precisaríamos nos deslocar de carro para absolutamente nada! Economizaríamos no combustível e conseguiríamos estender um pouco o valor do aluguel inicialmente pretendido.

Bairro resolvido, limitamos as buscas e viajamos novamente (dessa vez a família toda) para outra missão: encontrar onde morar em apenas dois dias.

Ficamos instalados na minha irmã (minha irmã e meu cunhado penaram!!! devem estar arrependidos até hoje), deixamos as crianças com a minha mãe (que ainda deve estar cansada da maratona) e saímos de casa as 7 horas da manhã com uma relação de apartamentos pra visitar. E claro, óbvio e evidente que minha irmã nos acompanhou já que não conhecíamos o bairro e nem sabíamos por onde andar.

Deixamos o carro num estacionamento e decidimos fazer tudo a pé já que no bairro não é fácil estacionar e todos os apartamentos que veríamos ficariam por perto. 

Chegamos na primeira imobiliária as 8 da manhã super animados. É claro que conseguiríamos achar alguma coisa que nos agradasse. Ou vocês acham que não?

Ao todo foram 10 (dez!!!!!!!) apartamentos entre as 8 da manhã e as 5 da tarde, tudo feito a pé com uma pausa às 14:30 pra almoçar. Vimos de tudo um pouco: 

Apartamentos enormes, espaçosos e super bem localizados com o valor do aluguel dentro do esperado, alguns até abaixo, só que com o valor do condomínio que variava entre 800 e 1000 dilmas!!! É o que? Quanto? E o condomínio não tinha nada! nada! Tinha apenas elevador e uma portaria. 

E outros apartamentos que o valor do condomínio era justo mas o aluguel absurdamente caro. 

E ainda precisávamos que o apartamento ou já tivesse ar condicionado ou tivesse estrutura suficiente para instalação (moraríamos até debaixo da ponte desde que tivesse ar condicionado - ainda vou contar a experiência com o calor daqui).

Voltamos pra casa da minha irmã tão frustrados, cansados, esgotados, meus pés doíam, minha irmã queria me matar (estou em dívida com ela ainda hoje) e precisávamos voltar pra SP no dia seguinte logo após o almoço com a missão não cumprida. O Alberto iniciaria no emprego novo e eu teria que voltar sozinha pra resolver a pendência da residência.

Sentei no sofá, liguei o notebook e voltei a pesquisar. Fiquei mais umas duas horas caçando alguma coisa e encontrei outros dois apartamentos. Mandei email para as duas imobiliárias e só restava esperar.

No dia seguinte, no primeiro horário, uma das imobiliárias respondeu dizendo que o apartamento estava disponível pra visita. Desta vez fomos eu, o Alberto e o Leo também quis nos acompanhar. A outra imobiliária não respondeu até hoje.

O apartamento ficava super bem localizado, ônibus na porta pro Alberto ir pro trabalho, iria a pé para a escola das crianças, tinha um condomínio com área de lazer completa. Bem maior do que o nosso apto em São Paulo, o valor do condomínio mais baixo do que já pagávamos SÓ QUE o aluguel 22% acima do que havíamos planejado. Adoramos o apartamento e sentimos que era aquele mas ainda estava "pegando" o aluguel. 

Voltamos pra São Paulo aquele dia e mandamos um email para a Imobiliária fazendo uma contraproposta para o aluguel. Ainda não seria o que tínhamos planejado inicialmente mas era o melhor que havíamos visto na relação Custo X Benefício. Ficaria 11% acima do planejamento inicial.

Proposta feita! Proposta Aceita!



Maravilha! Tudo certo! 

Não, ainda não.

Estávamos um pouco distantes da imobiliária - só 500 km - e o processo de locação foi bem lento. 

Email que ia, email que vinha, documento que ia, documento que vinha, assina aqui, assina ali, fiador, papelada, falta isso, falta aquilo. Várias vezes tive que recorrer ao meu irmão e a minha irmã pra retirar algum documento, levar outro. Eu não tinha mais ideia de como era chato e burocrático alugar um imóvel. Por várias vezes achei que não iria dar certo e que não conseguiríamos assinar o contrato dentro do tempo que gostaríamos.

Finalmente liberaram o contrato e poderíamos assinar dia 14 de dezembro, exatamente a data limite para mudarmos no prazo que havíamos planejado.

É isso! Data marcada: 14 de dezembro de 2015.

E por que essa data? Explicarei no próximo post.






quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Mudança - Organizando a nova vida - Parte 1


Quando pensamos na mudança sem dúvida alguma esta foi a fase mais difícil e a que mais nos preocupava e, diga-se de passagem, ainda preocupa.

Qual a escola? Como escolher? Por onde começar?

Antes mesmo da contratação do Alberto pela nova empresa ser efetivada (preto no branco) mas já sabendo que aconteceria (verbalmente) resolvi pesquisar as escolas da cidade.

E em que lugar se procuram coisas atualmente??? Onde??? Claro! O Google!

Lá fui eu, o computador e a internet: "qual a melhor escola de Niterói?"

E lá apareceu uma lista enorme de escolas, notas do ENEM, avaliações de alunos, matérias em jornais, blogs com as mais variadas escolas possíveis.

Com toda a minha paciência e tempo disponíveis - coisas bem escassas - entrei em infinitos sites de escolas pra tentar obter informações online sobre a estrutura física, metodologia e tentar captar "a cara" da escola. 
Resultado: N E N H U M!

Como cansei disso e descobri que não chegaria a lugar algum fiz o que as pessoas inteligentes fazem primeiro (e que eu não fiz), pedi indicações pra quem mora na cidade. E minha amiga Silvia, que vive me salvando quando o assunto é Niterói, me deu uma lista de escolas com impressões pessoais a respeito de cada uma. 

Uma pausa para uma observação sobre isto: eu ainda tinha a quem recorrer para me ajudar com indicações e pra me dar uma direção de acordo com o perfil que procurava. Fico pensando como faz quem não tem a quem recorrer, não conhece ninguém e precisa atirar no escuro. Se alguém aqui já passou por isso e quiser compartilhar sua experiência sinta-se a vontade.

Continuando...

Depois de analisar as indicações da Silvia optei por visitar 5 escolas e lá fui eu pra Niterói na missão mais importante de todas: Qual a melhor escola???

Ah! Minha família mora em São Gonçalo, município vizinho a Niterói e é lógico, claro e óbvio que minha irmã teve que fazer a correria comigo. Acho que ela nunca andou tanto na vida como durante essa fase de mudança. 

Antes da viagem liguei para as escolas e agendei visitas nas possíveis, teria dois dias pra fazer isso.

Pra que não cause nenhum mal estar, não vou dizer o nome das escolas.

Escola A: horário agendado, já havia conversado anteriormente, por telefone e email, com a coordenadora pedagógica. Qual foi a minha surpresa? Quando cheguei no horário marcado a coordenadora, que estava com uma cara péssima, teve a coragem de me dizer que eu deveria ter agendado a visita antes, que ela não gostava de atender pais dessa maneira e que só me atenderia porque eu não era da cidade. Oi????????????????????? Juro que eu tive que abrir o celular e mostrar o email do agendamento.
Passado o momento mal estar ela me apresentou a escola. Achei a proposta muito interessante. A metodologia era montessoriana, muito verde, areia, árvores, crianças correndo. Mas era "livre" demais pra mim. Não tinha apostila nem material didático prévio. A matéria seria apresentada de acordo com a evolução do aluno e o interesse dele. Fiquei pensando se aquilo seria adequado para o Leo. Ele praticamente é um mini adulto que acha que sabe tudo e que manda no mundo. Fiquei com medo dele realmente mandar no mundo depois de estudar ali. Pode até ser que não seja assim, e acredito que não seja, a escola pode até ter métodos comprovados de eficácia e formar boas pessoas, mas não senti que poderia fazer parte daquilo.
Quando ela me disse qual era o valor da mensalidade definitivamente decidi que não poderia mesmo fazer parte daquele mundo moderno.

Escola B: acho que essa foi a visita mais engraçada de todas. Eu não tinha conseguido agendar visita antes e fomos com a cara e a coragem. A escola parecia fechada mas o porteiro me atendeu. Argumentei que era de outra cidade e gostaria de verificar a possibilidade de conhecer a escola mesmo sem agendar. O porteiro disse que não seria possível e começou a me dar informações sobre a escola: horários, turmas e a data para matrícula, documentos que eu precisaria levar e começou a me fazer uma série de perguntas. Eu insisti para que pudesse falar com alguém até que ele abriu o portão (isso mesmo, estávamos do lado de fora!), ligou pra coordenadora e esta me atendeu.
A coordenadora foi muito bacana, apresentou a metodologia da escola, olhou o boletim do Leo, mostrou o material didático. Disse que aquela unidade, que até era simpática, seria apenas  para os alunos da idade da Ana e para o Leo seria numa outra unidade, 200 metros a frente. 
Quando entrei na segunda unidade quase tive uma síncope! 
A quadra - aquilo definitivamente não era uma quadra - era minúscula com todos os alunos amontoados na hora do intervalo do minúsculo espaço denominado quadra / cantina / pátio.
Fomos subindo umas escadas que levavam a um verdadeiro mausoléu, tudo era muito velho, carteiras, móveis enferrujados, salas apertadas. Dava até uma tristeza. Minha vontade era sair de lá correndo e praticamente fiz isso.
E o valor da mensalidade não justificava instalações daquele jeito. A escola até poderia ter um bom ensino mas como colocaria meus filhos num lugar triste daquele? Eles vinham de uma escola com uma excelente estrutura. 
De todas as nossas preocupações a que mais nos perturbava era a adaptação e aceitação das crianças e a escola, lugar onde eles mais criariam laços, teria que ser acolhedora, limpa, agradável e com um ambiente que não fosse tão diferente do que eles já tinham.
Depois destas duas visitas confesso que fiquei bem preocupada. Fiquei com medo de ficar entre dois extremos: escolas caras que não pudesse pagar e escolas com valor dentro do nosso orçamento mas sem condições mínimas.

E assim findou a manhã do primeiro dia e viu Aline que nada era bom.

Escola C: quando dei de cara com a escola confesso que fiquei bem impressionada. Era enorme!!! 
Escola muito antiga e tradicional na cidade, católica, com quase 70 anos de existência. A coordenadora nos acompanhou num grupo para conhecer toda a estrutura. Vimos salas de aula, auditório, biblioteca, quadra, entramos em algumas salas em que as aulas estavam acontecendo, crianças foram muito educadas quando entramos, muitas crianças sorrindo e vi funcionários sorrindo o tempo todo. Metodologia tradicional com um material didático interdisciplinar, ou seja, uma matéria interage com a outra. É possível ver matemática no livro de geografia e vice-versa. Como já acontecia na escola em que estavam. Prezam por cuidado ao próximo, respeito e levar a criança ao pensamento crítico e ao raciocínio.
Minha única preocupação foi quanto ao ensino religioso. Será que haveria imposição ao catolicismo? Como seria a aula de ensino religioso?
Informaram que seriam tratados de ensinos e valores cristãos e não aula de catolicismo ou catequese. E que haveria o respeito a religião de cada um.
Já deu pra perceber qual foi a minha escolha final não é?!

E assim findou a tarde do primeiro dia e viu Aline que tudo era bom (ao menos, é o que parece)

No dia seguinte continuamos nossa saga.

Escola D: muito parecida com a estrutura da Escola C, super tradicional, quase centenária, também católica. Mas não rolou a química sabe? Eu não via as crianças sorrindo, não percebi a "alegria" que havia percebido na anterior. E também não havia vaga disponível para os dois no mesmo período.

Escola E: nem fui, kkkk
Já havia decidido no meu coração e saberia que perderia meu tempo.

Na verdade, na verdade mesmo, só vamos conhecer a escola no dia-a-dia. Visitas, indicações, caminhos são super válidos, mas escola é algo tão pessoal. Precisa haver identificação com aquilo que é importante pra si. Como quando escolhemos um médico de confiança, que pode ser ótimo pra mim e péssimo pra você. O duro é que a responsabilidade da escolha ficou apenas comigo e o Alberto não estava presente.

Matriculamos as crianças na Escola C e tem ido tudo bem até agora. Depois relatarei como está sendo a experiência dos dois, as dificuldades e os pontos positivos.

E vocês? Alguma experiência sobre critérios na escolha de escola para os filhos?

Próxima etapa, onde morar? Se você acha que o custo do imóvel em São Paulo é alto, você ainda não viu nada.






terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Vamos mudar... Vamos mudar?... Vamos mudar!!!!


Amor, vamos ter que mudar de estado!

Foi assim que tudo começou. Meu marido recebeu uma proposta de trabalho muito interessante com um pequeno detalhe, em outro estado. Rio de Janeiro!

Enquanto o processo de entrevista-espera-entrevista-espera-entrevista-espera acontecia muitos sentimentos diferentes rolaram.

Vantagens: minha família mora no estado do Rio de Janeiro. Sensacional!!! Vou tê-los mais próximos. As crianças poderão estar mais perto dos meus irmãos. Tem a praia!

Desvantagens: sair de todo o conforto que a rotina atual traz. Mudar as crianças de escola. Ficar longe dos amigos. Adaptação. Tem a praia (lembrei que eu não gosto do sol, da praia, do verão...).

Quando o martelo foi realmente batido a alegria da mudança foi trocada pelo incrível e constante sentimento de "tô ferrada!". Vou ter caixas pra arrumar, documentos, papeladas, transferências, alugo o apartamento em SP (?), que bairro vamos morar (?), qual escola(?).

Fui imediatamente remetida a minha infância. Meu pai foi, e é, pastor evangélico e durante toda a minha vida de solteira mudei de cidade como quem troca de roupa. Parecíamos ciganos. Nasci em Muriaé - MG e com 15 dias fomos transferidos para Barra do Piraí - RJ. Pouco depois mudamos para Guaíra - PR. Com 4 anos de idade fomos transferidos para Anápolis - GO. Logo depois fomos morar em Brasília - DF e com 7 anos chegamos definitivamente em São Paulo. Em São Paulo moramos na Capital, depois Cotia, depois Assis, depois São Paulo capital novamente. Quando meus pais resolveram mudar definitivamente para Niterói - RJ eu me rebelei (brincadeira) e fiquei em São Paulo. 

Toda vez que a palavra "mudança" vinha a minha mente eu me lembrava de todo o transtorno que uma mudança pode ocasionar. 

Hahahahahaha (tive que rir bem alto agora), eu achava que sabia tudo o que estava no entorno da palavra "mudança" mas não sabia da missa a metade.

Contarei em detalhes as cenas dos próximos capítulos.