quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Diferenças entre Paulistas e Cariocas



Faz tempo que quero escrever sobre esse tema mas sempre fico receosa em magoar alguém. Portanto, toda a narrativa será pautada no meu ponto de vista e nas minhas observações.

Há muito tempo rola uma discussão entre paulistas e cariocas sob vários aspectos: culturais, sociais, costumes, gírias, vestuário dentre outros.

Não vou ficar aqui discutindo quem trabalha mais ou menos, quem se diverte mais ou menos, quem é mais rico ou mais pobre porque isso não nos levará a lugar algum, certo?

Embora eu já conviva com essa diferença há bastante tempo - desde criança venho ao Rio porque minha família é daqui - algumas coisas me chamaram mais atenção desde que virei moradora de Niterói. Dizem alguns, que tem situações que só acontecem aqui em Niterói.

Listei algumas das minhas favoritas:

1- Farol: não adianta, é farol e ponto final! Pergunte a um paulista como faz pra chegar a determinado local e o paulista falará, por exemplo, "passando o segundo farol...". Aqui eles olham pra minha cara e tenho certeza que se perguntam "o farol de qual carro?". Aqui o farol é sinal!
Não dá! Não consigo! Não tem como dizer outra coisa senão farol!

2- Bolacha: essa é clássica! Bolacha é outra coisa que dá muito pano pra manga. Pra paulista as rosquinhas são biscoitos! Todo o resto é bolacha. E bolacha é de comer e não aquele tapa no rosto de alguém, este também é bolacha mas é outro tipo de bolacha.

3- Estacionar na calçada: Você em São Paulo, experimente estacionar o seu carro em cima da calçada e vá fazer compras, ir ao shopping, visitar um amigo, o que encontrará quando voltar pra retirar o veículo? Provavelmente não encontrará nada, seu veículo terá sido guinchado. Aqui é normal. Isso mesmo, normal! Confesso que nos primeiros dias não tinha coragem de parar o carro na calçada e sair por aí, agora já faço igual todo carioca e nem tenho peso na consciência. É isso aí! Fui influenciada pelo meio em que vivo.
(Mas ainda não fui influenciada pelo sinal e pelo bixxxcoito).

4- Fila dupla: esse item é igual ao anterior. Na porta da escola das crianças o guarda de trânsito até ajuda na organização da fila dupla. Sem problemas! Afinal você está parando o carro pra buscar seu filho na escola. Qual o problema?

5 - Guardas de trânsito: em São Paulo existem os famosos "amarelinhos", aqueles seres maravilhosos que vivem aplicando multas e "organizando" o trânsito. Aqui eles existem aos milhares também, eu só não consegui entender qual a função deles em determinados lugares.
Uma via de mão única e um guarda de trânsito apitando pra você seguir quando o farol estiver verde e mandando você parar quando ele ficar vermelho. 
Um cruzamento com faixa de pedestres e farol (ou sinal se preferirem), inclusive farol de pedestres. Se o farol fica vermelho você deve parar, simples assim. Que raios faz um guarda de trânsito nessa situação? 
Na porta de casa há um farol numa avenida bem movimentada, não é um cruzamento, e há 3 (isso mesmo, 3!!!!) guardas de trânsito que estão lá para apitar quando o farol fica vermelho. Mas se o guarda não apitar você corre o risco de ser atropelado.

6- Deu ruim: essa é uma expressão fenomenal! Eu já incluí no meu vocabulário e adoro. Quando alguma coisa pode dar errada, quando algo não saiu como deveria, quando acontece algo inesperado, use "deu ruim".

7- Caraca: esta também é uma expressão que uso bastante, já incorporei. Corresponde ao "caramba" ou ao "putz" do paulista. Pode ser usada também pra qualquer situação de espanto, surpresa, admiração ou quando não tiver outra palavra pra dizer.

8- Parabéns: os paulistas cantam "... então como é que é? Éeeee (um É bem estendido) é pique, é pique". Os cariocas cantam "... então como é que é? É (sem pausa) big, é big". 

Essa semana o Leo viu uma turma grande saindo da escola e entrando no restaurante e solta a frase : "olha só, a geral invadindo o Ícaro". Essa é uma frase muito carioca. 

Engraçado que as crianças têm muito mais facilidade para incorporar costumes e vocabulários e, muitas vezes, necessitam incorporar pra se sentirem parte do meio em que vivem. 

E ao ser cumprimentado ganhará dois beijinhos no rosto e não um só.

E sim, os cariocas colocam ketchup na pizza (uma afronta para nós paulistas).






terça-feira, 13 de setembro de 2016

Olimpíadas Rio - Parte 2

Como gostamos muito, resolvemos repetir a dose. E dessa vez, o Handebol.

O Alberto não pôde ir porque estava em São Paulo, mas fomos numa galera. Minha irmã foi com o marido e meu sobrinho e nós - eu, o Leo e a Ana - fomos com uma amiga, a Milla. O Bruno, marido da Milla, estaria nos esperando na entrada do Parque.

O Handebol aconteceu no Parque Olímpico, na Barra, e fizemos o maior turismo pela cidade utilizando o transporte público: ônibus - barcas - metrô - BRT. Fiquei um pouco preocupada com as crianças mas conversei com eles antes de sair de casa e expliquei que andaríamos bastante e não teria como reclamar e nem pedir colo.

Imaginei que sairíamos de lá bem tarde e fiquei com medo da Ana dormir e eu ter que carregar no colo. Então criei a maior expectativa pra ela ficar acordada.

Como voltaríamos de carona com a Milla e o Bruno mas o carro estaria no Recreio (teríamos que andar e pegar o BRT até chegar no carro), falei para os dois que a volta seria num veículo super especial e que teríamos um piloto sensacional que nos conduziria em tempo recorde até em casa. Essa conversa gerou altas expectativas e as crianças sugeriram diversas formas de retorno: bote, canoa, cavalo, burro, helicóptero, moto, veículo supersônico e vários outros.

Enfim, duas horas depois de sairmos de casa, chegamos ao Parque Olímpico. E o lugar é sensacional!!! Lindo!!!



São muitas arenas, uma mais linda do que a outra, muuuuuita gente de tudo quanto é lugar, uma atmosfera deliciosa.

Entramos na arena 1 hora antes do início dos jogos. Um jogo de quartas de final (acho que não usa mais o hífen neste caso... gente! tenho dificuldade com tanta mudança de regras!) do handebol masculino.



Estávamos sentados na última fileira e a visão do estádio, da quadra e dos jogadores era excelente. A torcida vibrava como se fosse um jogo do Brasil, foi muito bacana.

E a todo momento, sem esquecer jamais, as crianças falavam do super transporte que nos levaria pra casa. 

Uma pena não podermos participar de tudo. Uma pena que acabou. A vontade que tinha era de passar todos os 15 dias vivendo esse momento Olímpico.

O Leo e a Ana, após esta experiência, não param de falar que serão atletas, que sempre querem praticar esportes, que vão se dedicar e se esforçar. E, é claro, que ficam falando que a gente pode até ir para as próximas Olimpíadas. Por que não? Logo ali!!! Nada que umas 36 horas de viagem e alguns 10 mil dólares não resolvam.

Saímos de lá com vontade de voltar e certos de que iríamos aproveitar as Paralimpíadas também.

E chegou a hora de voltar pra casa! Já era quase meia-noite, eles estavam cansados mas não reclamaram nenhuma vez, não pediram pra dormir, a Ana não pediu colo. A expectativa era o super veículo.

Descemos do BRT no Recreio e a ansiedade deles foi aumentando. Até a hora em que chegamos no carro do Bruno e a Ana olhou pra mim numa cara de decepção e o Leo dizendo que aquilo não era um veículo especial e que não seria rápido.

Entramos no carro e em menos de 5 minutos os dois dormiram. O Leo acordou em casa pra descer do carro e a Ana só no dia seguinte. Foi a deixa pra eu dizer que a viagem foi tão rápida que eles nem perceberam. Que o nosso piloto era o mais rápido dessa terra!

Agora precisarei arrumar outra estratégia para a próxima vez, essa não "cola" mais.