13 DE DEZEMBRO - O DIA
Você que está acompanhando o blog deve estar imaginando que estou louca. Terminei o post anterior dizendo que mudaríamos no dia 14, então por que cargas d´água a data agora é dia 13???
Porque mudar é assim. Você pensa uma coisa, agenda a segunda e realiza uma terceira.
Assim que soube que realmente nos mudaríamos para o estado do Rio de Janeiro pensei que seria possível mudar apenas em Janeiro. Também tinha um "complicômetro" que o Alberto só iniciaria o trabalho no Rio depois do carnaval (fev/16) e ficaria em São Paulo durante a semana, sendo possível ir para o Rio apenas aos finais de semana. Mas tantas coisas aconteciam que cada vez antecipávamos mais a viagem.
Primeiro foi a escola nova. O Leo precisaria fazer uma avaliação dia 16 de dezembro e incluía uma entrevista com a coordenadora do Ensino Fundamental. Poderíamos ir até o Rio, fazer a entrevista, voltar pra São Paulo e mudar só em Janeiro. Certo?! Errado!
Começamos a pesquisar empresas de mudança e todas fechariam no período entre Natal e Ano Novo. Se deixássemos para mudar apenas em Janeiro só seria possível agendar a partir da segunda semana. Teríamos aproximadamente 15 dias pra pintar o apartamento novo, organizar, ver cortinas e fazer a adaptação das crianças até que as aulas iniciassem.
E como contei no primeiro post, minha infância foi marcada por mudanças. Muitas das nossas mudanças de cidade aconteciam no atropelo e tínhamos que morar em qualquer casa que alguém tinha alugado e implorar numa escola para que conseguíssemos nos matricular. Algumas vezes já chegávamos na escola nova com as aulas iniciadas. Não conhecíamos nada, não estávamos ambientados e era muito ruim. Não queria que as crianças passassem por essa experiência, queria que ao começarem na escola nova, ao menos, já tivessem ambientadas à nova cidade.
Ainda tínhamos alguns compromissos em São Paulo. Dia 13 seria a Festa de Encerramento da escola e no dia 14 seria a última reunião do ano letivo para entrega das notas. Já que teríamos que estar na escola no dia 16 às 8 horas da manhã, resolvemos que ir na segunda, dia 14 de dezembro, após a reunião na escola seria o dia mais apropriado. Minha mãe já estava em São Paulo e me acompanharia na viagem de carro com as crianças. Então agendamos para o dia 14, certo? Errado!
Na sexta feira, dia 11 de dezembro a imobiliária avisou que o contrato de aluguel estava pronto e que teríamos que estar na segunda-feira (dia 14) pra assinar. E claro que o Alberto precisaria estar presente. Mas ele já estava trabalhando, emprego novo, não daria pra ficar faltando no trabalho. Conseguiu negociar faltar na segunda mas teria que estar na terça em São Paulo.
O único jeito seria estarmos na imobiliária na segunda-feira no primeiro horário e ele voltaria logo após o almoço pra São Paulo.
Por tudo isso, resolvemos que deveríamos sair de São Paulo no domingo após a Festa de Encerramento da escola, dia 13 de dezembro.
Achamos que seria melhor agendar com a Empresa de Transportes apenas na semana seguinte. Teria condições de arrumar o apartamento novo e deixar tudo organizado para quando o caminhão de mudança chegasse (ahhhhhhhhhhhhhhhhhh, odeio organizar caixas e caixas de mudança!!!!).
E está aí outra vantagem de mudar para um lugar em que é possível ter uma infraestrutura e um suporte. Eu e as crianças teríamos um lugar pra ficar, um lugar seguro, um apoio e ajuda durante esse período de muito trabalho.
Me lembro que quando anunciamos a mudança pra família do Alberto, a minha sogra ficou bem chateada. Teria que ficar longe do filho e dos netos e, claro, isso não é legal. E me lembro de que estávamos à mesa almoçando quando o Alberto disse: "graças a Deus é no Rio e eu posso ficar tranquilo que eles estarão apoiados, já pensou se fosse em outro país ou em outro lugar em que não conhecessem ninguém?". E o Alberto tinha mandado currículo para o país todo e já tinha feito contato com diversos outros países também. Estávamos abertos para qualquer lugar desde que fosse uma boa proposta. E vivenciando todo esse processo (dessa vez não como espectadora como era quando criança) só preciso agradecer a Deus por ter sido no Rio.
Também me lembro quando o Aelson, meu cunhado, sabendo da mudança me disse algo que ficou no meu coração (e ainda está). Ele me disse que Deus estava me dando um presente. Que Deus estava me permitindo viver ao lado da minha família, de poder estar próximo deles, de não me sentir mais sozinha desde o falecimento da minha irmã. Lembro de ter chorado e ainda choro sempre que me lembro do que o Aelson me disse. Só Deus conhece o vazio que há no meu coração, o espaço oco que ficou desde que ela se foi. Aquele lugar que era dela, o espaço dela, nunca poderá ser ocupado. Não significa dizer que o meu coração era todo dela, não é isso, mas aquele lugar reservado pra ela está vazio.
Quando eu tinha 18 anos meu pai decidiu sair de São Paulo com a família e voltar a morar no Rio de Janeiro. Na época eu já fazia faculdade e já namorava o Alberto. Meu pai me aconselhou a ficar em São Paulo pra não desperdiçar meu trabalho, meus estudos e meu namoro. Foi o melhor conselho da minha vida.
Há 20 anos eu abri mão do convívio diário com a minha família pra poder viver uma história com o Alberto. Uma história linda, escrita por Deus com tanto cuidado e amor que só posso agradecer todos os dias. E agora, sem nunca sequer tivéssemos pensado nessa possibilidade - morar no Rio de Janeiro nunca esteve nos nossos planos - estaríamos vivendo um tempo diferente.
E mesmo tendo que abrir mão de muita coisa em São Paulo, em nós habitava PAZ! Nunca em nós ficou um sentimento de tristeza ou de perda. Sempre que pensávamos nas coisas que estávamos deixando pra trás (família, amigos, estabilidade, segurança) sabíamos que estávamos fazendo o que deveríamos fazer. E em todo o processo de mudança vimos o cuidado de Deus. Todas as coisas se ajeitavam e se ajustavam. E tudo aconteceu no tempo que deveria acontecer.
Sou sempre dependente e devedora da graça, do amor, da misericórdia e da bondade de Deus.
Agora sim está tudo certo para o dia 13 de dezembro.
Tem que ter festa, certo?! CERTO!!!!!
Preparem a fantasia que tem uma festa pra acontecer.
uauuuum eu estaria cuspindo fogo com tanto imprevisto, hahahaha
ResponderExcluirJu, mudança é sempre uma caixinha de surpresas não é?! a gente sempre pensa que pode fugir dos imprevistos, mas não tem como.
ExcluirDeus sempre no
ResponderExcluirComando!!
Sempre amiga.
Excluir