quarta-feira, 16 de novembro de 2016

E se...?

Desde que iniciamos o processo de mudança no final do ano passado (caraca! já vai fazer 1 ano!!!), a maioria das nossas frases iniciava com "E se..."

E se não conseguirmos arrumar uma escola bacana?

E se não der certo uma casa legal?

E se a gente não se adaptar?

E se der errado?

E se a gente precisar voltar?

E se o trabalho for chato?

E se a gente não achar uma igreja bacana?

E se, e se, e se, e se...

É claro que pensamos em todas estas possibilidades e em outras inúmeras, é claro que existia a probabilidade de "dar ruim" em alguns aspectos, ou até vários deles.

Mas uma coisa a gente tinha certeza, se der errado, o que der errado, a gente recomeça.

Quando eu resolvi parar de trabalhar muita gente me perguntou o que eu faria se eu não conseguisse ficar em casa, o que eu faria quando eu descobrisse que aquilo não me satisfaria e o que eu respondia era sempre isso "se eu perceber que tomei o caminho equivocado, eu recomeço".

Ah mas não é fácil recomeçar não!!! Você acha que vai arrumar um emprego quando você quiser e continuar de onde parou? 

Claro que não! Claro que os recomeços são difíceis, claro que ninguém retoma uma vida sem muitas lutas e até alguns sacrifícios. Mas assim é a vida. Feita de ciclos, de tempos, de recomeços.

Fato é que ter parado de trabalhar naquele momento foi uma das melhores escolhas da minha vida. Tenho visto frutos muito bons a partir daquela decisão.

E mesmo nos cercando de todo cuidado, mesmo analisando e tomando decisões baseadas em fatos e argumentos concretos e sadios, ainda assim, não estamos livres de viver fatos inesperados.

E na verdade, verdade mesmo, não estamos seguros em nada nesta vida. Nada neste mundo nos dá segurança plena, nada nos dá a garantia de que não sofreremos. (não vou levar em conta questões religiosas)

Tempestades, chuvas, deserto, sol, sombra, nuvens, ventos... tudo isso vem pra todos, sejam pessoas boas ou más.

Papo estranho?! Está até parecendo um texto piegas de auto-ajuda!!

Sorry! Foi o que deu vontade de escrever HOJE. Esse assunto vem martelando minha cabeça faz umas duas semanas e eu pegava o notebook pra escrever e desistia. Hoje foi o dia que eu não desisti, então é o famoso "é o que tem pra hoje".

E como vai a vida? Vai tudo bem. Tudo bem naquela perspectiva de sempre: "Se os teus olhos forem bons todo o seu corpo será luz..."

Agora já começamos a traçar outros objetivos, desenhar outros caminhos, quem sabe até uma outra mudança?

E assim continuamos... 

Continuamos em família, com os mesmos objetivos, com a mesma fé e o mesmo amor.

Só não dá pra desistir. Desistir nunca! A gente segue sempre em frente!







quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Diferenças entre Paulistas e Cariocas



Faz tempo que quero escrever sobre esse tema mas sempre fico receosa em magoar alguém. Portanto, toda a narrativa será pautada no meu ponto de vista e nas minhas observações.

Há muito tempo rola uma discussão entre paulistas e cariocas sob vários aspectos: culturais, sociais, costumes, gírias, vestuário dentre outros.

Não vou ficar aqui discutindo quem trabalha mais ou menos, quem se diverte mais ou menos, quem é mais rico ou mais pobre porque isso não nos levará a lugar algum, certo?

Embora eu já conviva com essa diferença há bastante tempo - desde criança venho ao Rio porque minha família é daqui - algumas coisas me chamaram mais atenção desde que virei moradora de Niterói. Dizem alguns, que tem situações que só acontecem aqui em Niterói.

Listei algumas das minhas favoritas:

1- Farol: não adianta, é farol e ponto final! Pergunte a um paulista como faz pra chegar a determinado local e o paulista falará, por exemplo, "passando o segundo farol...". Aqui eles olham pra minha cara e tenho certeza que se perguntam "o farol de qual carro?". Aqui o farol é sinal!
Não dá! Não consigo! Não tem como dizer outra coisa senão farol!

2- Bolacha: essa é clássica! Bolacha é outra coisa que dá muito pano pra manga. Pra paulista as rosquinhas são biscoitos! Todo o resto é bolacha. E bolacha é de comer e não aquele tapa no rosto de alguém, este também é bolacha mas é outro tipo de bolacha.

3- Estacionar na calçada: Você em São Paulo, experimente estacionar o seu carro em cima da calçada e vá fazer compras, ir ao shopping, visitar um amigo, o que encontrará quando voltar pra retirar o veículo? Provavelmente não encontrará nada, seu veículo terá sido guinchado. Aqui é normal. Isso mesmo, normal! Confesso que nos primeiros dias não tinha coragem de parar o carro na calçada e sair por aí, agora já faço igual todo carioca e nem tenho peso na consciência. É isso aí! Fui influenciada pelo meio em que vivo.
(Mas ainda não fui influenciada pelo sinal e pelo bixxxcoito).

4- Fila dupla: esse item é igual ao anterior. Na porta da escola das crianças o guarda de trânsito até ajuda na organização da fila dupla. Sem problemas! Afinal você está parando o carro pra buscar seu filho na escola. Qual o problema?

5 - Guardas de trânsito: em São Paulo existem os famosos "amarelinhos", aqueles seres maravilhosos que vivem aplicando multas e "organizando" o trânsito. Aqui eles existem aos milhares também, eu só não consegui entender qual a função deles em determinados lugares.
Uma via de mão única e um guarda de trânsito apitando pra você seguir quando o farol estiver verde e mandando você parar quando ele ficar vermelho. 
Um cruzamento com faixa de pedestres e farol (ou sinal se preferirem), inclusive farol de pedestres. Se o farol fica vermelho você deve parar, simples assim. Que raios faz um guarda de trânsito nessa situação? 
Na porta de casa há um farol numa avenida bem movimentada, não é um cruzamento, e há 3 (isso mesmo, 3!!!!) guardas de trânsito que estão lá para apitar quando o farol fica vermelho. Mas se o guarda não apitar você corre o risco de ser atropelado.

6- Deu ruim: essa é uma expressão fenomenal! Eu já incluí no meu vocabulário e adoro. Quando alguma coisa pode dar errada, quando algo não saiu como deveria, quando acontece algo inesperado, use "deu ruim".

7- Caraca: esta também é uma expressão que uso bastante, já incorporei. Corresponde ao "caramba" ou ao "putz" do paulista. Pode ser usada também pra qualquer situação de espanto, surpresa, admiração ou quando não tiver outra palavra pra dizer.

8- Parabéns: os paulistas cantam "... então como é que é? Éeeee (um É bem estendido) é pique, é pique". Os cariocas cantam "... então como é que é? É (sem pausa) big, é big". 

Essa semana o Leo viu uma turma grande saindo da escola e entrando no restaurante e solta a frase : "olha só, a geral invadindo o Ícaro". Essa é uma frase muito carioca. 

Engraçado que as crianças têm muito mais facilidade para incorporar costumes e vocabulários e, muitas vezes, necessitam incorporar pra se sentirem parte do meio em que vivem. 

E ao ser cumprimentado ganhará dois beijinhos no rosto e não um só.

E sim, os cariocas colocam ketchup na pizza (uma afronta para nós paulistas).






terça-feira, 13 de setembro de 2016

Olimpíadas Rio - Parte 2

Como gostamos muito, resolvemos repetir a dose. E dessa vez, o Handebol.

O Alberto não pôde ir porque estava em São Paulo, mas fomos numa galera. Minha irmã foi com o marido e meu sobrinho e nós - eu, o Leo e a Ana - fomos com uma amiga, a Milla. O Bruno, marido da Milla, estaria nos esperando na entrada do Parque.

O Handebol aconteceu no Parque Olímpico, na Barra, e fizemos o maior turismo pela cidade utilizando o transporte público: ônibus - barcas - metrô - BRT. Fiquei um pouco preocupada com as crianças mas conversei com eles antes de sair de casa e expliquei que andaríamos bastante e não teria como reclamar e nem pedir colo.

Imaginei que sairíamos de lá bem tarde e fiquei com medo da Ana dormir e eu ter que carregar no colo. Então criei a maior expectativa pra ela ficar acordada.

Como voltaríamos de carona com a Milla e o Bruno mas o carro estaria no Recreio (teríamos que andar e pegar o BRT até chegar no carro), falei para os dois que a volta seria num veículo super especial e que teríamos um piloto sensacional que nos conduziria em tempo recorde até em casa. Essa conversa gerou altas expectativas e as crianças sugeriram diversas formas de retorno: bote, canoa, cavalo, burro, helicóptero, moto, veículo supersônico e vários outros.

Enfim, duas horas depois de sairmos de casa, chegamos ao Parque Olímpico. E o lugar é sensacional!!! Lindo!!!



São muitas arenas, uma mais linda do que a outra, muuuuuita gente de tudo quanto é lugar, uma atmosfera deliciosa.

Entramos na arena 1 hora antes do início dos jogos. Um jogo de quartas de final (acho que não usa mais o hífen neste caso... gente! tenho dificuldade com tanta mudança de regras!) do handebol masculino.



Estávamos sentados na última fileira e a visão do estádio, da quadra e dos jogadores era excelente. A torcida vibrava como se fosse um jogo do Brasil, foi muito bacana.

E a todo momento, sem esquecer jamais, as crianças falavam do super transporte que nos levaria pra casa. 

Uma pena não podermos participar de tudo. Uma pena que acabou. A vontade que tinha era de passar todos os 15 dias vivendo esse momento Olímpico.

O Leo e a Ana, após esta experiência, não param de falar que serão atletas, que sempre querem praticar esportes, que vão se dedicar e se esforçar. E, é claro, que ficam falando que a gente pode até ir para as próximas Olimpíadas. Por que não? Logo ali!!! Nada que umas 36 horas de viagem e alguns 10 mil dólares não resolvam.

Saímos de lá com vontade de voltar e certos de que iríamos aproveitar as Paralimpíadas também.

E chegou a hora de voltar pra casa! Já era quase meia-noite, eles estavam cansados mas não reclamaram nenhuma vez, não pediram pra dormir, a Ana não pediu colo. A expectativa era o super veículo.

Descemos do BRT no Recreio e a ansiedade deles foi aumentando. Até a hora em que chegamos no carro do Bruno e a Ana olhou pra mim numa cara de decepção e o Leo dizendo que aquilo não era um veículo especial e que não seria rápido.

Entramos no carro e em menos de 5 minutos os dois dormiram. O Leo acordou em casa pra descer do carro e a Ana só no dia seguinte. Foi a deixa pra eu dizer que a viagem foi tão rápida que eles nem perceberam. Que o nosso piloto era o mais rápido dessa terra!

Agora precisarei arrumar outra estratégia para a próxima vez, essa não "cola" mais.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Olimpíadas Rio - Parte 1

Ah!!! Eu tenho que falar das Olimpíadas.


Não vou falar do preparo, das obras, do dinheiro investido, dos rolos, das falcatruas, dos super faturamentos... eu não estava aqui desde o início do processo, não acompanhei de perto e também não é a intenção.

Vou falar do que eu vi desde que aqui cheguei (dezembro/15).

Desde o início do ano, via alguma notícia na TV e ouvia comentários de quem mora ou trabalha no Rio (moro em Niterói, cidade vizinha), que as obras estavam causando muito transtorno, que o trânsito na Avenida Brasil estava impossível, que a Baía de Guanabara não ficaria limpa, que a Zika iria matar todo mundo e que viveríamos o caos.

Poucas semanas antes de iniciarem os jogos, pensei em comprar alguns ingressos e me deparei com muitos ingressos disponíveis para muitas modalidades. 

Conversei com alguns amigos que me aconselharam a não comprar. A cidade vivia um período de insegurança e medo e me disseram pra assistir em casa, evitar aglomerações, evitar competições em lugares abertos. Fiquei super triste porque imaginava uma oportunidade única de viver as Olimpíadas. Deixei pra lá e desisti.

E eis que surgem as Olimpíadas, vista através da Cerimônia de Abertura, e trouxe ao carioca um sentimento de "yes, we can!". Estávamos em São Paulo no dia da abertura e vimos apenas os trechos mais impactantes.

Os jogos começaram e no primeiro dia houve alguns contratempos como filas, entradas nas arenas, escassez de alimentos, que foram logo corrigidos no mesmo dia.

Ainda estávamos em São Paulo quando minha irmã deu o start pra comprarmos os ingressos para um jogo de quartas-de-final de Handebol. Ficamos pensando... pensando... Handebol... o Leo faz handebol na escola, ele iria amar assistir a um jogo. Topamos e compramos os ingressos sem o menor problema. Ainda tinham muitos ingressos disponíveis e conseguimos comprar meia entrada de estudante para os dois.

Na volta de São Paulo para o Rio, num domingo após a Abertura dos Jogos, pude sentir um pouco do que seriam os próximos dias. Os voos (e eu cismo que quero escrever vôos! quem mandou tirarem o assento hein?! Eita língua portuguesa difícil) estavam lotados! Muitos turistas chegando no Rio de Janeiro, de todos os lugares! A atmosfera na cidade já era outra.

Cheguei em casa e em 5 minutos comprei ingressos para Vôlei de Praia, em Copacabana, para o dia seguinte, segunda-feira. Pela Internet mesmo consultei como chegar utilizando transporte público e as orientações do que seria permitido levar para dentro da Arena.



Saímos de casa e fomos a pé até as Barcas. Atravessamos a Baía e descemos no Centro do Rio. De lá pegamos o metrô e descemos na estação Cardeal Arcoverde, bem próximo a Arena.
E QUE ARENA!!!!!!!! Gigante! Um monstro no meio das areias de Copacabana.

A praia estava entupida de turistas! Era tanto gringo no mesmo metro quadrado! Pessoas animadas, felizes, entusiasmadas!

As crianças achando tudo muito divertido e amando a experiência.

Não tivemos problemas com espera na fila. Tinham muitos banheiros disponíveis mas não estavam tão limpos como gostaria. As pessoas não tiveram problemas pra comprar bebidas ou comida porque também não tinha fila. Não sei o que vendiam  porque levei lanche pra gente. Compramos apenas água lá dentro.


Entramos na arena e foi maravilhoso!!! A arena é linda, a vista é incrível! Ficamos bem próximos a quadra. Um evento super animado com músicas, gritos de torcida, vibração, até bateria de escola de samba tinha. 

Tentei carregar um vídeo da Ana sambando, vamos ver se vai dar certo. Essa menina gosta de samba e Anitta!!! Foi trocada na maternidade, só pode!


E preciso repetir: as crianças amaram!!! Assistiram todos os jogos com atenção, torcendo, vibrando, gritando. Tínhamos direito a assistir a quatro jogos e ficamos nos três primeiros. O Brasil perdeu o primeiro jogo mas nem isso afetou a alegria deles. Nos outros jogos eles escolheram um time pra torcer e se juntavam a torcida dos outros países.

Foi maravilhoso e inspirador!!! Não imaginava que seria possível participar de um evento tão importante para o esporte mundial e proporcionar isso às crianças.

Acredito muito que o esporte deve fazer parte da vida das pessoas e, se conseguirmos tornar um hábito desde a infância, é muito mais fácil mantê-lo na fase adulta. 

O Leo saiu de lá dizendo que vai ser jogador de vôlei, vai participar de Olimpíadas e ainda vai me dar a bola do jogo. E falou tão sério que já iniciou as aulas de vôlei na escola na semana passada.

Então vamos todos começar a guardar dinheiro para as Olimpíadas de 2024 e 2028 para prestigiar meu filho atleta.

Mais algumas fotos do dia:







Fomos embora pra casa super animados e morrendo de vontade de ir a todos os jogos possíveis, em todos os lugares possíveis e que tivéssemos todo o dinheiro possível também.

No próximo post eu conto sobre o segundo jogo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Voltei pra São Paulo!!!

Calma... calma... eu explico!

Desde que nos mudamos pra cá - dezembro de 2015 - não havia voltado pra São Paulo.

Aproveitei que o Alberto precisou passar a semana por lá e fiz um bate e volta no final de semana já que tínhamos um aniversário pra ir.

Me enfiei num avião na sexta bem cedo (valeu pai pelas milhas!!! O preço das passagens aéreas estavam custando um rim por causa das Olimpíadas) e desembarquei em São Paulo. Também preciso agradecer a minha irmã e minha mãe que ficaram com as crianças pra que eu pudesse ir.

Minha primeira surpresa foi o céu. Gente... como nosso (ainda posso dizer que São Paulo me pertence?) céu pode ser tão cinza? O céu estava sem nuvens e continuava cinza, não tinha um azul bonito de céu. Será que nunca me dei conta disso de tão habituada que estava?

Minha segunda surpresa foi o "aroma" do Rio Tietê. Como é que pode uma cidade maravilhosa como São Paulo, uma das maiores megalópoles do mundo, ter como porta de entrada um rio tão fedorento!!! 

E minha terceira surpresa foi a sinusite que deu as caras por causa do misto poluição e tempo muito seco.

Tudo bem, surpresas passadas, vamos contar as coisas que fazem tudo isso valer a pena.

Revi minha sogra, meu sogro, minha cunhada e meus sobrinhos. Foi tão bom revê-los. Comer a comida da minha sogra de novo (que cozinha super bem) e colocar a conversa em dia.

Meu sobrinho mais velho já está mais alto que eu (com 14 anos!!!!) e com a voz grossa. Falei pra ele que se me chamar de tia na frente de todo mundo, eu nego! Onde já se viu?!?! Eu com sobrinho desse tamanho!!!

Aproveitei pra ir ao meu cabeleireiro e manicure preferidos da vida e fui lá dar um jeito no visual. O Rafa e a Jussara são pessoas incríveis e profissionais maravilhosos! Ficaram impressionados com o preço dos serviços aqui de Niterói / RJ. Já falei para os dois virem de mala e cuia pra cá. Demos bastante risada, fofocamos outro tanto e foi muito bom.

Na sexta a noite fui ver amigos muito queridos. O Diego e a Milena são tão especiais na nossa vida, nos conhecemos ha tanto tempo e temos tanto em comum que somos irmãos de verdade. Irmãos que a gente escolhe. E tem filhos que são uma pintura!!! Eu nunca vi crianças tão lindas e tão gostosas!!! Também a genética familiar ajuda. 

De quebra pude rever o Renan e a Vivi que são tão queridos, tão amados e tão especiais. Feliz por saber que logo logo estarão casando e reafirmando o compromisso deles um com o outro. 

E claro, que esse encontro tem que ser regado com comida e um bom vinho!!!

Amigos queridos, foi ótimo estar com vocês mesmo que tenha sido tão rápido. Lembrando que as portas estão abertas esperando por vocês.

E no sábado foi o aniversário da Isabela, filha dos nossos amigos queridos Marco e Simone. O Marco é amigo do Alberto desde que eles ainda nem se entendiam por gente. São amigos há aproximadamente 30 anos! E a Simone foi o presente que o Marco nos deu.

Ah gente! Vocês precisam ver as festas que a Simone faz!!! Pensa numa coisa linda... agora duplica! Ela é detalhista, delicada e perfeita! Quando eu crescer quero ser como ela. E fora o exagero na comida. 

E a Isabela é linda demais!!! Adorei o abraço que recebi dela quando me viu e a carinha de decepção porque o Leo e a Ana não estavam.

Marco e Simone, vocês moram no meu coração eternamente!!! Oro por vocês todos os dias e sinto muito não podermos estar próximos no dia-a-dia. Ficaria dias e dias na companhia de vocês.

E de quebra, ainda consegui ver minha sobrinha, a Ester. Mesmo que tenha sido bem rapidinho, pude dar um abraço bem apertado e um super beijo nela, que continua linda igual a mãe.

Gostaria de ter tido tempo e ter visto outras pessoas tão queridas mas não foi dessa vez. O bom é que ficará sempre o desejo de voltar pra rever os amigos.

Por outro lado, estando lá em São Paulo, pude me dar conta que não pertenço mais àquele lugar. O Alberto sentiu o mesmo. Temos pessoas queridas que amamos muito mas não somos mais de lá, não temos mais um sentimento de pertencer, sabe?

Esse sentimento fortalece ainda mais a convicção que estamos no lugar onde devemos estar. 

E pra completar, ainda ouvi do Leo a seguinte frase: "mãe, quero crescer aqui! quero viver aqui! quero casar aqui! quero morrer aqui!". 

Como nem sempre nossa vontade é a vontade de Deus... vamos seguindo por aqui até quando Ele permitir. Lembrando sempre a Ele, em nossas orações, qual é o desejo do nosso coração (não custa falar).

No próximo post falarei sobre as Olimpíadas.




terça-feira, 23 de agosto de 2016

Estou viva!


Oi pessoas!!!

Sim, estou viva! Sim, ainda existo! Sim, estou aqui! Sim, estou sem tempo! Sim, sentindo falta de escrever! Sim, vou voltar!

As férias escolares por aqui foram agora em agosto por causa das Olimpíadas e ficou bem difícil passar por aqui.

Mas volto ainda essa semana pra contar como foram as férias e falar das Olimpíadas no Rio sob o meu ponto de vista.

Não me abandonem! Não desistam de mim! Não chorem (hahaha)! Isso só pode ser um momento carência afetiva.

Beijos e até breve.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Filhos! Cada um com o seu cada um.

É... eu sou mãe...

As vezes parece que sou mãe há pouco tempo mas às vezes penso que sou mãe desde 1830! As crianças saem com cada uma que me fazem sentir muito mais velha do que pareço (e sou!).

Tenho dois filhos, um exemplar de cada espécie, macho e fêmea... pra todos os gostos, cardápio variado. 

Parecem ser filhos de pais diferentes feitos somente com a mesma forma, já que fisicamente são muito parecidos. Não herdaram o melhor de mim e o melhor do pai, não!!!! Não há neles uma mistura das coisas boas de nós dois. Cada um tem um pouco do pior (nem sei se essa é a palavra mais apropriada) de cada um de nós. 

O Leo, por exemplo, é agitado, não consegue parar sem fazer nada, não consegue dormir um pouco durante o dia, fala muito rápido, quer discutir o tempo todo, tem razão em tudo. É a cópia de um de nós - não, eu não vou dizer de qual de nós dois porque posso causar uma certa confusão familiar. Mas é preocupado com o outro, tira dele pra dar pra qualquer pessoa, é bondoso, abre mão das suas coisas pra ajudar outra pessoa, é um excelente amigo. De onde vieram essas características? De mim é que não foi, e nem do pai. Em nós não há um coração tão bondoso quanto o dele.

A Ana, é parada, uma calma exagerada, uma preguiça pra fazer atividade física, adora ficar dormindo - não preciso nem dizer quem parece! hahaha. Por outro lado, é um docinho de menina, carinhosa, meiga, uma verdadeira artista. Fica horas desenhando, pintando, fazendo colagens, faz cartinhas, escreve bilhetinhos. Nem de longe tenho conhecimento desse lado nos genes paternos.

Enquanto um deles pode sair de casa e ir pra qualquer lugar e eu posso ficar extremamente tranquila que não vou passar vergonha, o outro chega a me dar calafrios. Não porque vai se comportar mal no sentido de "mal criado" mas porque não tem filtro. Eu tenho um filho que não tem filtro. Um é polido (de verdade) e outro fala o que pensa sem pensar nas consequências.

Enquanto um eu preciso explicar, justificar, explanar detalhadamente o porquê das coisas, o outro eu falo uma única vez e já foi fazer, dá pra contar nos dedos as vezes que precisou levar um "castigo" mais severo.
Como é difícil conciliar personalidades tão distintas, como é difícil equilibrar esse jogo familiar.

E mãe, eterna mãe que carrega sempre a culpa por tudo (mesmo que o tudo ainda nem tenha acontecido e talvez nunca aconteça), fica pensando... como serão adultos? será que estou fazendo direito? será que estou fornecendo os instrumentos necessários para o crescimento deles? será que estou ajudando ou atrapalhando?

Não tenho respostas pra nada disso e nem sei se sou, ou devo ser, responsável também por tudo isso.

O fato é, eles estão crescendo e me assustando.

Como são as coisas aí? Conseguem identificar características suas nos seus filhos? Isso e bom ou ruim?


No próximo post vou contar as mais novas peripécias do quase pré adolescente.

domingo, 17 de julho de 2016

Olha o frio!!!

Durante todo o verão eu sonhei, desejei, clamei por dias mais frescos e eles chegaram. 

Demorou muito mais do que gostaria mas ele acabou chegando.

Quando a primeira massa de ar polar frio chegou forte no final do outono no sul do país congelando a todos eu tive a esperança que viveria dias melhores por aqui. 

Não deu outra!!! O frio chegou!!! 

Começamos a ver nas ruas o reflexo do inverno rigoroso: crianças com casacos, luvas, gorros e até cachecóis! Adultos com sobretudos, botas, luvas, muitas blusas de frio. Pessoas andando encolhidas, agarradas umas às outras.

O relato dos amigos era que todos estavam dormindo com meias e edredons.

Casacos escondidos foram retirados dos armários, rinites resgatadas,

A única coisa que eu não conseguia entender era "onde está o frio?" O termômetro marcava uns 16 graus e eu continuava usando apenas uma blusa fina de manga comprida, meus filhos continuavam dormindo pelados - eu tenho filhos índios, eu sei - e o Alberto continuava saindo apenas de camiseta.

Tempos bons que vivi durante uma semana. Usei calça comprida, camisa, sapato. Ah que tempo maravilhoso!!! 

Mas o sol voltou e na última semana o verão deu as caras por aqui novamente só pra me fazer lembrar que logo logo, muito em breve, daqui a pouco tempo, o sol voltará a fritar meu cérebro.

Enquanto isso, vou aproveitar o inverno rigoroso daqui. Começamos a semana hoje com uma brisa e temperatura amena que (parece) durar a semana toda.

Como disse minha mãe, vou aproveitar bem o clima que me favorece porque quando o verão voltar eu é quem serei a vítima.

Como tem sido o inverno por aí?

domingo, 3 de julho de 2016

Temos uma nova família



Eu já gostaria de ter escrito sobre este tema há bastante tempo mas toda hora que sento pra falar sobre isso não sei como introduzo.

Quem foi que ensinou regras de redação mesmo??? Por que raios precisamos introduzir?? Por que não dá pra chegar logo ao ponto não é?

Agora já introduzi, hahahaha.

Quando nos mudamos pra cá tínhamos uma preocupação muito chata: qual igreja frequentar?!?!

E isso é tão esquisito! Porque a Igreja de Cristo deveria ser apenas uma e a "placa" apenas definir uma linha de estilo, linguagem e afinidades entre os membros daquela comunidade. O problema é que as diversas placas não tratam só disso e, infelizmente, tenho visto muitas igrejas que não são de Cristo porque não falam de Cristo. Falam de si, dos seus próprios desejos e suas necessidades. Mas deixa isso pra lá porque cada um dará conta de si.

Estávamos em casa um dia e comecei a fuçar a internet e localizar as igrejas próximas daqui de casa. Eis que me deparo com um site de uma igreja chamada IBON: Igreja Batista da Orla de Niterói. Fui lá xeretar pra tentar captar alguma coisa.

Muito legal porque o site dizia muito da igreja, sua visão, missão, propósitos. 

Algumas coisas me chamaram atenção e vou destacar algumas palavras: comunhão, espiritualidade, propósitos de Cristo, relacionamentos, aceitação, diversidade. Se tiver curiosidade entre AQUI e veja o que eu vi.

E lá fomos nós dar uma conferida se a realidade era condizente com a propaganda e se na prática a teoria seria outra.

Chegamos no último domingo de dezembro e foi uma celebração super bacana. Músicas boas, uma boa Palavra e as crianças ficaram no Departamento Infantil. Ao terminar a celebração, um casal nos procurou, se apresentou e nos convidou a participar de uma reunião num grupo pequeno que aconteceria todas as sextas. Trocamos telefones e saímos de lá super animados.

Continuamos frequentando a igreja durante o mês de Janeiro e no final deste mês passamos a frequentar o pequeno grupo, que vou chamar de PG.

Gente!!! Gente!!! Gente!!! Vocês não fazem ideia!!!! Pense numa coisa que dá certo de primeira! Pense numa sintonia tal que é inexplicável!

Nos sentimos super a vontade, conversamos, comemos, discutimos sobre vida cristã, ouvimos uns aos outros, oramos juntos. Foi sensacional.

Encontramos uma Comunidade que tem comunhão entre si e com Cristo. E nesta comunidade fizemos amigos, amigos mais chegados que irmãos, amigos que fazem parte da nossa vida! E nesta caminhada servimos a Cristo. Repartimos o que temos. Cuidamos uns dos outros.

É tão engraçado que estamos lá há 6 meses e tenho a sensação de que sempre estive.

A igreja acolheu meus filhos, eles se sentem amados e têm prazer em estar lá! 

Foi algo tão maravilhoso e tão excepcional que não há explicações a não ser dizer que foi Deus quem nos proporcionou e presenteou.

Posso dizer que hoje temos uma nova família. Amigos queridos, dos momentos difíceis, dos choros, das risadas, dos encontros, dos vinhos e, muito mais importante, da Comunhão!

Um dia de praia:



Fim de tarde depois de um dia de praia (Renan, à direita, treinando de papai da Aninha).







Um dia desses de comilança:


Um dia de reunião do PG (e de comemorar o aniversário da Bia):


E agora que ganhamos uma nova família, e agora que já temos intimidade, e agora que já falei deles... posso fazer outros posts "entregando" a todos.

Quem venham novos encontros (LF é com você), que venham os bebês (a Ester está quase aí pra puxar a fila), que venham os casamentos (Luh e Rafa, antecipem por favor?? quero comer bolo!) e que venham novos amigos.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

A torneira secou!




Ah!!! Como é bonita a água!!!

Uma coisa tão fascinante! Insípida, inodora e incolor! Pelo menos foi assim que me ensinaram quando eu ainda estava na escola. E muitas vezes eu queria discutir com o professor porque eu já tinha visto água com sabor, cheiro e cor!!! Ninguém nunca me convenceu disso até hoje. E agora já estou velha demais pra conceitos.

Em São Paulo passamos por uma crise de água que foi ferrenha. Foi um tempo difícil mas também enriquecedor. 

Aprendemos que gastamos muito além do que realmente precisamos, desperdiçamos além da conta e estávamos pagando o pato por isso. Tudo bem que o Governo também tinha sua parcela de culpa por má gestão e desperdício mas foi bom ver que podemos viver com menos água do que realmente vivíamos e observar que muitos vivem historicamente com uma quantidade ínfima de água, as vezes sem acesso a nenhum tipo de água potável.

Chegamos aqui em Niterói e ninguém fala nada sobre a falta de água, não existe campanha contra o desperdício e o incentivo ao uso consciente, nas escolas não comentam sobre o assunto e advinha??? Esquecemos rapidamente e logo nos vemos praticando os mesmos maus hábitos já que não tem ninguém toda hora lembrando. Como somos engraçados... se já havíamos sido educados, por que fazemos tudo novamente? Enfim... essa é uma outra discussão.

O fato é que viver sem água é bem difícil, quase impossível.

Estava em casa ontem, quarta-feira, naqueles afazeres domésticos de todo dia, totalmente envolvida e disposta (o último adjetivo beeeem exagerado) quando chego na cozinha pronta pra fazer o almoço, abro a torneira e... nenhuma gota d´água. N E N H U M A!

Ok! Deve ser passageiro... alguém está mexendo em alguma coisa e logo vai voltar.

Passados trinta minutos e nenhum sinal que viria alguma coisa das torneiras.

Já era hora de sair e pegar as crianças na escola. E o que eu encontro quando entro no elevador??? Um recado da administração sempre começando com: "Senhores moradores". Gelei! Juro que aquele bilhete brotou naquele elevador depois das 8 da manhã porque antes das 7 ele não estava lá.

O recado era simples mas trágico! Ficaremos toda esta semana, e a próxima também, sem água das 8 às 17 horas. E em letras garrafais e negrito dizia que não poderia ser usado o sistema de esgoto em hipótese alguma com risco para os funcionários que estavam trabalhando. 

Quando chego no térreo vejo uma dezena de moradores com muitos baldes nas mãos, ao redor da desesperada síndica que falava em alto e bom som "não podem encher os baldes para descarga". Foi a única coisa que consegui captar do burburinho que acontecia.

Peguei as crianças na escola, voltamos pra casa, me virei com a água que tinha no filtro e na geladeira e passamos a tarde relativamente em paz porque ninguém resolveu fazer o número 2.

A louça do almoço foi lavada depois das 17, todos tomaram banho e findou o primeiro dia.

Hoje, muito esperta como sou, já estava com o almoço no fogão às 6:30hs e antes que fechassem as torneiras a casa já estava limpa e o almoço praticamente pronto. Perdi a academia mas garanti o sustento da família.

Mas algo me intrigava... como conviver com o "aroma" das necessidades fisiológicas "pesadas" do meu filho??? Sei que ele vai me matar quando ler isso mas não dá pra viver no mesmo espaço físico (mesmo separado por uma louça, uma tampa e uma porta) com aquele produto fermentando lá uma tarde toda.

Corri na administração!

A síndica me contou que os funcionários foram lavados por dejetos durante o trabalho no dia de ontem porque eles estão com os canos do esgoto abertos e algum morador jogou água na privada!!!!

Depois de quase vomitar pensando na merdX toda, solução encontrada! O banheiro da churrasqueira. Só pegar a chave na administração.

Quando a Ana veio da escola, já no caminho pra casa, foi anunciando que precisaria ir ao banheiro. Nem subiu pro apto antes de fazer uma visita ao banheiro da churrasqueira. Beleza! Tudo certo! Ufa!

As horas passaram e quem resolveu ir ao banheiro? Meu grande filho!!! Tudo certo filhão, vamos à churrasqueira.

Desci com aquela pequena criança indefesa, cheguei na administração e... a porta está fechada! fecharam pra almoçar!!! Ferrou!!!

Olhei pra cara do Leo, que olhou pra mim e disse "mãe, preciso ir ao banheiro!".

E eu, como mãe dedicada que sou, respondi: "filho, esquece isso que a vontade passa!".

Passou! Ah, passou mesmo!!!

domingo, 5 de junho de 2016

Recordar é viver


Esta é mais uma da série "como é bom morar em Niterói!".

Acho que hoje vou me perder na escrita porque são tantas coisas passando pela minha mente, tantas memórias, tantas recordações que não acredito conseguir estruturá-las da maneira como deveria. Por outro lado, compartilhar da emoção na hora em que ela acontece também tem suas vantagens.

Portanto, perdoem-me caso fique um pouco confuso, solto ou desconexo. Vou me esforçar, rsrs

Morar por aqui tem inúmeras vantagens e uma das mais importantes é estar perto dos meus pais e meus irmãos. E hoje fui almoçar na casa do meu irmão - preciso dizer que o almoço estava maravilhoso, comi muito e ainda rolou um pudim de leite depois. Quase na hora de ir embora minha cunhada pediu pra eu levar umas fotos e recordações antigas da minha mãe que estavam lá pra eu guardar em casa. 

Engraçado, que na noite de ontem, havia comentado com minha irmã que iria pedir ao meu irmão pra ver essas fotos mas quando estava lá esqueci completamente. Ainda bem que minha cunhada falou.

Agora a noite sentei no sofá com as crianças pra olhar toda essa relíquia: álbum de casamento dos meus pais, diário da minha mãe quando era solteira, fotos minhas de infância daquelas clássicas de escola, foto sem dente, foto vestida igual par de vaso com a minha irmã...

Tudo bem que fotos antigas podem ser deprimentes também.

Têm fotos impublicáveis! Roupas horrorosas! Cabelo sem pentear! E dá uma tristeza saber que você já foi muito mais cafona do que é atualmente - claro que ainda sou cafona porque tenho certeza que daqui a uns 20 anos, quando olhar as fotos de hoje, vou me achar um horror!

Muito legal ler os bilhetinhos que escrevíamos para os meus pais e descobrir que tenho um filho que faz a mesma coisa.

A minha irmã mais velha era a rainha dos "bilhetes cara-de-pau".

Tinha uma cartinha em que ela contava pro meu pai que tinha ido muito mal na prova, tinha tirado E (naquela época equivalia a nota 0 ou 1). Mas ao mesmo tempo que ela contava a meleca em que ela tinha se enfiado, ela já pedia desculpas e já dizia que sabia onde havia errado mas não sem dizer imediatamente um "não sei como estudar" ou "estou com muita dificuldade no método de ensino" e "preciso de ajuda".

Ela realmente era muito esperta! Porque já contava o erro, já pedia desculpa e já jogava a culpa - ou a responsabilidade - sobre os meus pais que precisavam ajudá-la! Tudo se resumia a "falta de ajuda".

Tinham bilhetinhos de amor para os meus pais, cartões de aniversário que fazíamos a mão, recortes, desenhos. 

E é claro, que como mãe, que sempre arruma uma culpa, já pensou "onde estão as cartinhas que meus filhos escrevem pra mim????????". Acho que devo ter muito poucas porque não guardo nada de papel. Vou começar a guardar a partir de agora.

Mas o melhor de tudo foi achar três cartas que escrevi para minha mãe em 1996 e 1997 e acho que é a partir de agora que vou escrever um texto gigante (tenham paciência comigo) porque vou precisar descrever um pouco da minha história. 

Além de só agora conseguir entender porque é que eu já tenho cabelos brancos. Eu escrevi cartas! Ia ao correio! Comprava selos! Meus filhos nem fazem ideia do que é isso.


Eu morava com meus pais e irmãos em São Paulo até que meu pai resolveu vir para o Rio de Janeiro com toda a família e como eu já estudava, trabalhava e (o mais importante pra mim) já namorava o Alberto, meu pai sugeriu que eu ficasse morando em São Paulo dividindo uma casa com duas amigas. 

E assim aconteceu. Em agosto de 1996 eu fiquei sozinha em São Paulo e meus pais vieram para o Rio de Janeiro.

A primeira carta é de Novembro de 1996 e nela eu vou descrevendo quais eram os nossos planos de vida. Falava do trabalho do Alberto, do meu trabalho, contava que mudaria de departamento no meu trabalho (minha primeira promoção na vida!) e que nós estávamos pensando em comprar um terreno e construir porque não teríamos condições de financiar um imóvel.

E pasmem! Nosso plano era comprar um telefone da linha de expansão da Telesp (ah gente, não dá pra explicar o que é isso, é  muito arcaico), depois de 1 ano seria feita a instalação, venderíamos o telefone e usaríamos esse dinheiro pra comprar um terreno. Ainda dizia que, se tudo desse certo, casaríamos até o final de 1998 mas só se Deus nos ajudasse porque nas condições que vivíamos isso não aconteceria.

Também peço pra minha mãe me escrever uma carta com o número do BIP do meu pai. Quem é do tempo do BIP? Ou então, alguém sabe o que é BIP??? 

Momento melancolia e velhice outra vez. Gente, sou tão velha assim? Que medo!!! 

Claro que não sou velha, é que o desenvolvimento tecnológico nos últimos 20 anos foi algo nunca visto antes (preciso me apegar a isso).

Esta carta foi escrita em novembro e em dezembro do mesmo ano marcamos o nosso casamento para maio do ano seguinte. O que mudou em 1 mês??? 

Não, eu não estava grávida. 

Sei que em dezembro o Alberto me chamou pra conversar e sugeriu que ao invés de eu pagar aluguel dividindo a casa com amigas, por que não pagar aluguel morando com ele????

E pra quem não tinha condições de casar no final de 1998, daria um jeito de casar em maio de 1997. Ah! E com o detalhe que casaríamos em Niterói.

A segunda carta foi escrita em Fevereiro de 1997 e nela eu começo a descrever todos os preparativos para o casamento. Vou relatando que ganhamos o jogo de sala, o liquidificador, a batedeira e que ainda precisávamos comprar colchão, geladeira, televisão e que não tínhamos ideia de como conseguiríamos isso. Também falo que vi o vestido de casamento que eu queria mas que não tinha condições de pagar e que conversaria com a pessoa pra ver o que seria possível fazer.

E o mais interessante de tudo isso é que não estávamos preocupados com nada disso. Tínhamos a convicção e a certeza que tudo aconteceria como tivesse que acontecer. Em todo o momento eu falo na carta que Deus nos abençoaria e nos ajudaria.

A terceira e última carta foi escrita em Março de 1997 e eu já relato que alugamos um apartamento muito bom e que a documentação tinha sido aceita. 

E falo, feliz da vida, que a moça havia me vendido o vestido com 25% de desconto e parcelado em 5 vezes. Sabe como eu pagaria o vestido? Vendendo meu Vale-Alimentação!!!! 

Pedia pra minha mãe resolver algumas coisas no cartório pra mim. 

Falo do vestido que eu gostaria que ela usasse e termino, como em todas as outras cartas, dizendo que Deus nos ajudaria em todas as coisas.

Quando terminei de ler todas essas cartas me lembrei que realmente Deus sempre cuidou de todas as coisas. Passamos por momentos tão difíceis na nossa vida mas nunca, nunca, nunca reclamamos, murmuramos ou nos desesperamos porque tínhamos a certeza: Deus cuida de nós.

E sempre fomos felizes mesmo quando tínhamos pouco o suficiente pra pagar o aluguel e a faculdade dos dois. Éramos felizes quando andávamos a pé. Éramos felizes quando vendemos o carro (que ainda estávamos pagando) pro Alberto poder fazer o curso de inglês dele. Éramos felizes quando tivemos que vender um baixo lindo (não sei se já falei que o Alberto também é músico nas horas vagas e toca baixo) pra conseguirmos pagar umas contas quando eu fiquei desempregada. Éramos felizes quando ele foi demitido em agosto do ano passado. E continuamos felizes agora, mesmo quando passamos por aflições e angústias.

E a nossa felicidade independe do que temos, nossa felicidade depende da certeza que temos: Deus cuida de nós.

Deus cuida tanto de nós que preparou este momento para relermos essas cartas. Não poderia haver melhor momento.

E então me lembrei de um texto de Salmos que diz:

Eu amo o Senhor, porque ele me ouviu quando lhe fiz a minha súplica.
Ele inclinou os seus ouvidos para mim; eu o invocarei toda a minha vida.
As cordas da morte me envolveram, as angústias do Sheol vieram sobre mim; aflição e tristeza me dominaram.
Então clamei pelo nome do Senhor: "Livra-me, Senhor! "
O Senhor é misericordioso e justo; o nosso Deus é compassivo.
O Senhor protege os simples; quando eu já estava sem forças, ele me salvou.
Retorne ao seu descanso, ó minha alma, porque o Senhor tem sido bom para você!
Pois tu me livraste da morte, os meus olhos, das lágrimas e os meus pés, de tropeçar,
para que eu pudesse andar diante do Senhor na terra dos viventes.
Eu cri, ainda que tenha dito: "Estou muito aflito".
Em pânico eu disse: "Ninguém merece confiança".
Como posso retribuir ao Senhor toda a sua bondade para comigo?
Salmos 116:1-12

E o mesmo texto, logo na sequência, responde quais serão os meus atos: 

Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Cumprirei para com o Senhor os meus votos, na presença de todo o seu povo
Salmos 116:13,14

E termino o dia radiante, alegre, feliz, renovada!!!!!

Continuo me sentindo velha, arcaica e do século passado - realmente sou do século passado - mas muito feliz por ter vivido estas experiências.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Vocês conhecem o Bruno?

Já diria um amigo meu que não importa ser alguém muito importante desde que você conheça alguém muito importante.

Estávamos perto do meu aniversário e queríamos ir a alguma praia bonita, diferente, reservada e que pudéssemos aproveitar o dia.

E é aí que entra o Bruno nas nossas vidas.

Vocês conhecem o Bruno?

O Bruno nos garantiu o direito de entrar numa praia fechada, em área militar. 

Quando chegamos na portaria do Forte pediram nossos documentos, ligaram para o Bruno e o Bruno autorizou nossa entrada. E olha que éramos 9 adultos e 5 crianças!!! Esse Bruno é "o cara"!

Olha a vista de dentro do Forte no caminho até a praia!!!


E olha a praia que encontramos quando chegamos:





Isso sim é praia!!! E tão longe de casa... apenas 20 minutos.

Praia limpa, águas transparentes, sossego, árvores, sombra e o banquinho da minha mãe - minha mãe se apossou de um banquinho desses de praça, esse banquinho ia se deslocando junto com a sombra e as nádegas da senhora minha mãe.

E o Bruno ainda nos autorizou a entrar lá uma outra vez em que estávamos com muita vontade de ir a praia mas nesse esquema "mordomia". Nesta vez meu irmão foi com a gente.

Vocês conhecem o Bruno?

Nem nós! Nenhum de nós que fomos à praia!

Eu conheço minha irmã, que conhece uma pessoa, que é da família de uma outra pessoa, que conhece o Bruno que fornece algum produto no Forte. E a pessoa que conhece o Bruno nem estava na praia com a gente.

Precisamos conhecer esse Bruno pra ir direto a fonte da próxima vez e agradecê-lo pessoalmente por dias incríveis que ele nos proporcionou.

Viu só como o importante nessa vida é ter amigos?


quinta-feira, 2 de junho de 2016

O Silêncio


Sabe aquele dia que você não tem nada pra dizer?

Na verdade tem muita coisa pra dizer mas não quer dizer nada?

Hoje é um dia desses... que é melhor não falar nada. 

Lembrei até da música do Ultraje a Rigor (Nada a Declarar), só os mais antigos lembrarão (falou A Velha!!!!) mas como tem um palavrão no final da primeira estrofe achei que não seria bacana reproduzir aqui.

Ah! também tem outra diferença em relação a música: eu tenho um monte de coisas por fazer.

Sei que os curiosos já vão lá saber qual é a música !!! Depois a música ficará grudada igual chiclete, exatamente como está agora em mim.

Mas está aí uma outra vantagem de morar em Niterói - preciso fazer um link do meu momento sem palavras ao fato de escrever aqui - logo cedo troquei a academia por correr no calçadão da praia. Não gosto muito de correr, gosto mais da musculação mesmo, mais precisava do ar puro.


Não iria dizer nada, falei um monte de coisa e não disse absolutamente nada.

Como já dizia minha mãe: se não tem o que falar fique de boca fechada.

Boa noite.

Ah! E me falem se lembraram da música.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Rio 40 graus! Não, 50 graus.



Ah o verão!!!

"Estrelas surgindo, crianças brincando e se divertindo e eu fazendo o que a neve faz no verão.
Vou me refrescar, na areia escaldante me deitar, um bronzeado lindo pegar no verão..." 

Sempre me lembro do Olaf quando falo do verão. 

Ok! Nem todos vivem no mundo infantil... Olaf é um boneco de neve do filme Frozen e ele tem o sonho de viver o verão.

Sonho de viver no verão?!?!?! Porque ele não mora no Rio de Janeiro.

Todos sabem que eu não gosto de calor e quando nos mudamos pra cá eu só pensava em como seria o verão. Imaginei que seria um pouco de sofrimento mas nunca, jamais chegou a minha mente o quanto seria I N S U P O R T Á V E L ! ! ! !

É um calor sem fim. Você dorme, acorda, dorme, acorda e parece que o sol está lá... te abraçando!

Você liga o ventilador e não resolve. Você liga o ar condicionado e ataca a sinusite e a rinite. Você toma banho e parece que continua suado. Você põe short e regata e tem a sensação que está de burca (embora nunca tenha usado uma).

E pra ajudar, descobri que minha pele sensível, pele de nórdica, de europeia #sqn tem alergia ao sol e ao suor. Então o rosto enche de bolinhas, arde e queima mesmo passando filtro solar.

Enquanto as crianças estavam de férias o verão foi contornado. Fomos várias vezes à praia - chegando bem cedo e saindo antes do sol do meio-dia, aproveitamos a piscina do condomínio, fomos a parques. Foi possível driblar a situação. 

Quando as férias acabaram e a rotina voltou ao normal eu achei que iria morrer. As crianças saem da escola 11:45 e voltamos a pé pra casa debaixo daquele sol inexplicável.

Por várias vezes acreditei que Cássia Eller tinha acertado a profecia e o segundo sol realmente havia se instalado bem em cima da minha cabeça.

Até que enfim o verão acabou e com o fim do verão temos, enfim, o fim do calor também. Errado!!!!! Toda hora eu perguntava pra minha irmã quando é que o tempo melhoraria e ela sempre me dizia que seria em abril. Abril chegou torrando o meu cérebro pra acabar de vez com todas as minhas esperanças.

Eu cheguei a pesquisar na internet que tipo de roupa seria melhor usar em lugares quentes assim. Não achei absolutamente nada! Acho que só a NASA poderá desenvolver roupa pra isso.

Na escola das crianças há um projeto em que os pais vão até a biblioteca da escola contar histórias para a turma. No meu dia de contar história, a Ana, suave como uma parede, me disse; "mãe, pelo menos se arruma, põe uma roupa bonita, penteie o cabelo e passe batom". Só não entrei em choque porque o calor era maior do que a minha vaidade. Mas coloquei uma sandália decente, uma blusa arrumadinha, passei batom e só soltei o cabelo quando ela entrou na biblioteca.

Aposentei sapatos de salto, calças, blusas e camisas, cabelos penteados, maquiagem. Nada disso fez parte da minha vida até maio quando o calor deu uma trégua.

Continuo sem usar uma boa parte das roupas que estão no meu armário mas já consigo usar o cabelo solto e penteado (às vezes).

O trauma foi tão grande que as próximas férias de janeiro serão na neve.

Acho que de todas as adaptações na mudança a mais difícil, pra mim, foi realmente o clima. Não sei se o meu termostato vai se adaptar com o tempo ou se realmente terei meses difíceis pelo resto da vida aqui.

Mas pra quem gosta de sol, dias coloridos e longos, praia, bebidas geladas, sorvetes e afins, este é o lugar. A cidade realmente fica linda! As praias ficam lindas! O céu é lindo com a vantagem de ter menos poluição do que uma cidade como São Paulo. Não paira no horizonte aquele cinza típico de grandes metrópoles como São Paulo.

O clima não me agrada mas fez muito bem pra Ana. Ela não teve nenhuma crise respiratória, as rinites praticamente sumiram nesse período e ela ficou muito bem.

Aceito dicas e sugestões pra enfrentar melhor o próximo verão. Alguém tem alguma ideia?

No próximo post vou relatar a melhor experiência vivida até agora aqui em Niterói.